Porquê viajar com as crianças?

Socorro não consigo levar o meu filho de férias!

Ainda não saímos de casa e já fez uma birra porque quer levar a bicicleta.

Corremos já atrasados para o aeroporto, carregamos as malas até ao check-in. Discutimos com o funcionário porque chegamos atrasados, mas queremos lugares juntos e perto do WC.

Demoramos séculos no Raio-X porque temos água ou leite, ou os dois, e aquilo vai tudo passar a parte numa máquina. Mais as 3 mochilas cheias de um mundo de entretenimento para o pequeno viajante, assim como, um kit emergência.

Duty-free? O que é isso?

Corremos para o avião. Nova birra. Não quer sentar e pôr o cinto se segurança. Quer olhar pela janela ou puxar os cabelos do passageiro da frente.

Não dormimos no voo. Não lemos no voo. Não ouvimos música no voo. Sequer vemos as imagens da revista de bordo, de relance. Com sorte comemos 1 garfada da comida, bebemos 2 copos de vinho de um trago e num voo de 10 horas conseguimos ver a primeira parte de um filme qualquer.

Mantinha e almofada? perdemos o direito a ela.

Chegamos ao destino. Perdemos o carrinho na confusão de recolher as malas, levantar dinheiro e apanhar um táxi.

Não quer comer nada, porque a comida não tem o aspecto normal.

Acorda todos os dias ás 06:30 da manhã. A funcionária do restaurante, ao fim de 3 dias, já tem o leite quente pronto a nossa espera. Não precisa pedir.

Dorme sestas enormes porque fica cansado da agitação e nós não vamos a lado nenhum.

Só conhecemos a piscina infantil.

O hotel tem um bar? uma sala de jogos? pois… só conhecemos o parque infantil.

Adora metro, comboio, táxi, tuc-tuc, mas só os primeiros 3 minutos.

Recusa-se a fazer xixi em WC que não conhece. E quando conseguimos convencer a deixar sair “sóóóó 2 gotinhas meu querido”, começa a passar as mãos em todas as superfícies ao seu alcance.

Quer ver desenhos animados…. papá põe a Patrulha Pata do Panda… com sorte tens aqui um qualquer numa língua qualquer… No meu tempo via desenhos animados que a parabólica apanhava, em italiano, e não me fazia diferença! Aguenta!

Tem fome a horas estranhas.

Faz xixi á beira da piscina.

Não conseguimos jantar fora depois das 20 horas. Se tentamos essa missão heróica, arriscamos a ter de engolir a comida em 15 minutos no meio de um diluvio de lágrimas de alguém cuja única frase que diz, em modo repeat, é “Quero dormir…”

Bares e vida nocturna. Não sabemos o que é.

Temos 125 mini ataques cardíacos cada vez que a sua chucha desaparece.

Não sorri para as fotos. Aliás, é mesmo impossível tirar-lhe uma fotografia decente.

Comemos e tomamos banho por turnos.

Regressamos a casa super cansados e com os nervos em franja. Precisamos dormir 3 dias, mas temos de ir trabalhar.

Repetimos 1375 vezes um para o outro, que é na próxima que fica em casa ao cuidado dos avós.

E voltamos a fazer tudo de novo. Porque será?!

 

Bons passeios