Como este cantinho não serve só para mostrar onde vamos passear com o pequeno viajante, resolvemos compilar as questões que temos recebido por mensagens (e são muitas! felizmente ) e tentar arranjar uma solução, conforme o que fazemos cá por casa. Aproveitem!
1- O bebé não dorme a noite toda
Se o bebé não dorme a noite toda, é um bebé muito normal. Não vai dormir fora de casa também. Mas, o mesmo que fazemos em casa, fazemos em qualquer lado: levanta, alimenta, embala, volta a deitar. De manhã, bebe muita cafeína e vamos passear. É garantidamente melhor, do que ficar em casa de pijama dias e dias, e a partir a cabeça, em 157 mil, motivos porque o bebé não dorme.
Com o passeio, até pode ser que adormeça. Com o abanar do carro ou carrinho, sling, marsúpio, etc, vale tudo!
2- Viajar na introdução dos alimentos
A introdução dos alimentos varia muito conforme as informações que são dadas aos pais, assim como, a sua própria forma de ver o assunto e as diretrizes preconizadas em cada país.
Nos 6 meses do pequeno A, fomos ao Brasil, tinha acabado de começar com puré de legumes e banana, maçã e pouco mais. Dizia o folheto que recebemos do Centro de Saúde, que só a partir dos 12 meses se poderia dar frutas tropicais… e nos países tropicais como fazem? Até aos anos 60 não existiam maçãs no Brasil…
Pensámos: em Roma, sê Romano. Hoje come papaia, daqui a 2-3 dias come ananás, e por aí fora. Muita melancia e muitos biberons de água de coco. E quem sabe se não é por isso que, hoje em dia, adora fruta.
Em qualquer lado também se pode pedir para fazer uma sopa, com instruções simples: cozer 1 batata, 1 cenoura, 1 outro legume, sem sal ou pouco sal e sem especiarias, reduz a puré, e assim sai uma sopa. É mais saudável do que comer sopas ou puré de compra já feitos. Mas, não “vem mal ao Mundo”, ou, se arranja uma doença incurável por comer 1 vez essa sopa do pacote .
No Brasil, onde nós estávamos, só havia dessas comidinhas de bebé já prontas, em farmácias, eram caras e era preciso receita do médico.
A menos que vão para um local onde não haja um mercado, uma panela ou bebés, não vemos nenhum problema.
3- Viajar no decorrer do desfralde
Quando marcámos a viagem à Malásia, o pequeno A usava fralda. Um mês depois, quis deixar e nós não estávamos preparados. Mas também não íamos desmarcar e perder o dinheiro dos voos.
Solução: muitos pares de cuecas, muitos pares de calções e muito xixi ao ar livre!
Também comprámos uma coisa que achámos muito prático e que usámos muito:
Leve, serve de bacio com o saquinho plástico e abre e faz de redutor. Fecha tudo e cabe na mochila.
4- Viajar de avião não faz mal aos ouvidos do bebé?
Mal não faz, mas se estiverem com o nariz, ou, vias respiratórias obstruídas pode causar desconforto (tal como os adultos). Este desconforto é facilmente atenuado, colocando o bebé a mamar, com chucha ou a beber de um biberon.
A maior parte das companhias aéreas autoriza viagens a partir das 2 semanas de vida.
Até cerca de 12kgs (depende da Companhia aérea) os bebés podem viajar tranquilamente em alcofas, deixando os braços livres aos pais. Depende da disponibilidade do lugar e do tipo de avião.
5- O bebé fica muito cansado
Sim, eventualmente fica. E tal como nós adultos, fica cansado, descansa e recupera. Ir para um Centro Comercial a um domingo de chuva, é muito cansativo, e todas as pessoas vão.
6- É tanta logística que não sei por onde começar
Em 5 passos:
O primeiro passo é a decisão de ir. Quando temos a certeza do que queremos, a logística ajusta-se facilmente.
Segundo, escolher o local. Ajustar ao gosto dos pais e, com o mínimo de infraestruturas que sejam prioritárias para si.
Terceiro, fazer um seguro. Não dá para facilitar, desde uma gastroenterite ou um corte no pé, é melhor prevenir.
Quarto, fazer a mala e não esquecer as coisas importantes do bebé. Sem tentar levar a casa atrás das costas.
Quinto, sentido prático e sorrir! aproveitar esses dias ao máximo!
7- E se não há a marca de fraldas que o bebé utiliza
Levar um pacote dos grandes, se tiver mesmo que ser e, tiverem espaço nas malas. Há outras marcas em todo lado, igualmente boas e que servem o mesmo propósito
8- As crianças vão faltar a escola
Até aos 5-6 anos, nem sequer isso seria um pensamento que nos viesse á cabeça. As experiências, e estar a tempo inteiro com os pais, vale muito mais do que qualquer escola.
Depois de começar o 1ºCiclo,têm sempre as férias escolares. E como é óbvio, as empresas de Turismo não andam a dormir e nesta altura é tudo muito mais caro. Ainda não chegámos a essa fase, mas conhecemos outros pais que viajam com regularidade e, sem nenhum stress, combinam com o professor(res) adiantar as matérias durante aquele tempo que vão estar fora e tudo corre lindamente. Voos longos são óptimos para ver a matéria, e ficar logo com o assunto arrumado.
9- Não vou descansar nada e não vou desfrutar nada
Nós não desfrutamos nada ao deixar o pequeno A em casa com avós. Já o fizemos 1 vez, um fim de semana. Não vamos dizer que foi horrível, nada disso. Mas a sensação de desconforto ganhou. E acreditamos mesmo que as crianças absorvem muito das experiências, das comidas, das pessoas, da diferença que é estar em casa na sua rotina ou de férias sem os mesmos hábitos.
Tal como em casa, eles também dormem a folga e nós, descansamos, dormimos e lemos.
Não é necessário ser Master do sentido prático. Ninguém nasce ensinado e pode-se sempre mudar os planos.
Se não correu muito bem, há mais oportunidades. As crianças também precisam de aprender.
Com o passar do tempo e mais passeios, torna-se mais fácil e descomplicado.
A diversão vem de nós mesmos! é uma opção pessoal, querer ficar aborrecido com um cocó nos calções da piscina, ou, fazer disso um motivo de galhofa.
10- O DINHEIRO
Há quem ache que estamos muito bem financeiramente para poder passear algumas vezes por ano. Errado. O nosso orçamento familiar é bem normal para um português mediano, a pagar casa, carro, criança em infantário e infelizmente alguns contratempos de saúde.
Viajar para nós é uma questão de prioridade. E a prioridade de cada um, é uma questão muito pessoal. Por exemplo, é para muita gente prioritário, ter um carro grande para levar toda a gente do ponto A para o ponto B muito confortáveis, assim como o triciclo, patins, pranchas, cadeirinhas, trotinete, o T-Rex, e a pista dos Monster Machines. E nós adoraríamos ter um carro desses. Mas não é prioritário. É mesmo só isso.
Há uma lista de sítios que gostaríamos de visitar. Há um orçamento e um plano.
Supermercado: o grande vilão das famílias e para onde vai a grande parte do dinheiro. Fazemos ementas semanais, e assim só lá vamos 1 vez e trazemos tudo. Vamos com uma lista, os supermercados são muito bons a fazer-nos sentir necessidades, que não sabíamos que tínhamos.
Restaurantes: raramente.
Roupa: o estritamente necessário.
Mulher a Dias: quinzenal. Se puserem o dinheiro num mealheiro na semana em que fizerem as limpezas, no fim do ano têm 624€= 24€x26semanas. Que já dá para uma viagem!
Economize de uma forma geral: não vá passear aos centros comerciais, isso leva a compras. Não compre 1000 brinquedos ás crianças, além de não valorizarem, brincam sempre com o mesmo, o preferido. Ande mais a pé, até melhora a saúde.
Vá ao Ginásio no horário off-peak, ou vá correr ao ar livre. Troque livros com os amigos e familiares.
Precisa mesmo de 180 canais, se só vê o Panda e as noticias? e as noticias pode ver no computador.
Guarde os subsídios de férias e Natal, para quem ainda os tem. Aqui em casa só um recebe.
No meio disto tudo, não sentimos a falta de nada e somos felizes.
Vão, sejam muito felizes, desfrutem! Um dia, os vossos pequenos viajantes não vão querer ir convosco, vão querer descobrir o mundo sozinhos.
Bons passeios!