Tinha tanto para dizer sobre este assunto… dava páginas!
Quando viajei pela primeira vez, sozinha para o estrangeiro, tinha 19 anos e fui trabalhar para um hotel em Londres. Não havia Skype, Facebook e as preciosas tecnologias de hoje. A entrevista foi combinada por carta, e, tudo se tratou por telefone.
Agora, há distância de 15 anos, casada e com um filho, penso muitas vezes no que terá sentido a minha mãe. Serei eu, um dia, capaz de enviar o meu filho para o desconhecido, sem telemóvel e sem nunca ter estado no local? Acho que não. Pelo menos, não com a aparente serenidade e dignidade, com que ela o fez. Imagino que estivesse com um nó na garganta e uma horrível vontade de se “esfrangalhar” a chorar, mas aguentou como uma heroína, sabendo que chorar não me ia fazer desistir.
Nessa época, quando tive de fazer a mala, levei este Mundo e o outro! secador de cabelo…as roupas TODAS… folhas, canetas…com medo que, em Londres não houvesse lojas. Três malas enormes, foi o resultado.
Com o passar dos anos, e, com cada vez mais viagens na bagagem, o peso foi aliviando. Começamos a querer levar o mínimo indispensável. Viajar o mais leve possível, pela logística, mas principalmente porque queremos mesmo viver com o básico. Nenhum lugar, é o “fim do Mundo”, e, em todos os lugares as pessoas se adaptam ás diferentes necessidades.
Quando, 10 anos depois da primeira viagem sozinha, decidi viajar mais uma vez sozinha. Desta vez para o Médio oriente, também para trabalhar, a mala era só uma, grande, mas sem dúvida muito diferente.
E, lembro-me perfeitamente, da foto da última viagem dos Duarte, antes do A pequeno nascer. Nove meses exactamente antes. O pequeno viajante é, Made in Bali.
Aqui está ela:
Nestas mochilas nem sequer havia repelente de insectos.
Hoje em dia, sentimos que andámos uma vida para trás, em relação ás malas. Voltámos quase a estaca zero: muitas dúvidas e o desconhecido a levar a melhor.
Na bagagem, existe agora, em vez de livros, um kit emergência de farmácia capaz de patrocinar um hospital de campanha, em plena guerra. A máquina portátil dos vapores, não vá existir uma pequena tosse. Os cremes todos. O shampoo para a dermatite. Alguns brinquedos. Sanita portátil. Livrinhos. 127 tubinhos de medicamentos homeopáticos. Braçadeiras. Boias. Calçado variado. Almofada, com a respectiva fronha. Muitaaaaa roupa e bodies para 3 meses.
Resultado: não se usa 1/4 das coisas.
A melhor parte é: isto está a melhorar bastante! na última vez levámos uma mala grande, para os 3, para 2 semanas, e ainda existiam algumas fraldas.
Como será a próxima? Vou registar o momento, para vos mostrar mais tarde! Está quase.
A mãe Duarte