Chegámos a Moçambique, depois de 24 horas de termos saído de nossa casa.
O voo mais longo foi de Lisboa para Maputo directo, são 11 horas. São 07 da manhã e a única pessoa que dormiu durante a noite no voo, foi o pequeno viajante.
Estamos muito cansados.
O avião aterra. Mal abre as portas e encostam as escadas, entra uma onda de calor e humidade que nos envolve como uma manta polar. Mas não são horas de dormir… despimos as roupas de inverno e nesse momento (ainda dentro do avião) começa o cansaço a ceder: uma monumental birra, com um argumento super válido, ao estilo dos 2 anos e meio que tem o pequeno A: “Não quero vestir a T-shirt! Quero o casaco!”
Depois de muita negociação (em vão), e sendo os últimos a sair do avião. De casaco de inverno vestido, chegamos á imigração. Estão 35 graus.
Na imigração é necessário preencher um formulário. Quem tem caneta, safa-se. Quem não tem, implora aos outros passageiros que lhe emprestem uma. Os serviços não têm canetas.
A birra continua. Agora, porque está encharcado em suor, porque não quer estar de pé e porque tem xixi, mas não quer fazer no wc.
O choro serviu para nos deixarem passar na fila. Menos mal.
Recolhemos as malas e aparece um Sr. a pedir 30€ para passar-mos a frente no Raio-X da chegada. Não aceitamos. Vamos para uma fila super lenta. O André continua aborrecido, a chorar On-Off, agora quer uma bolacha.
Estamos muito cansados, há que dar um desconto ao miúdo. Vem ao colo.
01h30 depois estamos nas Chegadas. Um taxista de nome Sayd vem buscar-nos, mas nem sinal dele.
Aproxima-se um magote de homens a querer ajudar com as malas a troco de uma gorjeta. Aceitamos.
Este rapazito (não tinha mais de 15 anos), pergunta o nome do taxista e abala á procura do Sr..
Volta todo contente e diz que ele já está a porta do aeroporto!
Óptimo. Calma André estamos quase no táxi. Bebe água.
Quando chegamos junto ao táxi perguntamos ao taxista como se chamava. Não andamos nisto há 2 dias. Murmurou qualquer coisa. Essa qualquer coisa, soou a alerta. O tal rapazito de 15 anos, disse: “Então não és o Sayd?”
O taxista disse que sim, que se chamava Sayd. As malas começam a entrar na bagageira.
Nós: “Quem lhe pediu que nos viesse buscar?”. Silêncio.
A certeza: não é o Sayd.
Este Sr., é um homem qualquer, desesperado por clientes que está a dividir a gorjeta com o rapazito das malas.
Este homem não é sério e, sabe-se lá, que voltas ia dar, até nos levar ao ferry.
As malas saem da bagageira e os homens desaparecem envergonhados.
Mais 6 ou 7 homens tentam a sua sorte para levar as malas e decidimos esperar no lado de dentro do aeroporto, que está mais fresco. Agora, o André grita porque queria ter entrado no táxi.
Finalmente aparece o nosso homem! Com um papel na mão a dizer Duarte e a pedir mil desculpas pelo tráfego de Maputo ás 08 horas da manhã.
Bons passeios!