Muitas perguntas me têm sido feitas acerca de viajar na gravidez , e eu não sendo um bom exemplo de grandes aventuras grávida, com uma gravidez de risco e 9 meses de tortura, ainda consegui ir até à Alemanha com outra amiga grávida. Havemos de nos lembrar disto até termos netos!
A altura ideal para viajar grávida é sem dúvida no segundo trimestre. No primeiro semestre há mais enjoos, sono e parece que cada passeio de 10min é uma maratona. Já no último trimestre o peso e o desconforto, os 175 xixis por dia, não nos deixam estar em paz em lado nenhum.
Há companhias aéreas que não autorizam viajar sem um certificado médico a partir das 27-28 semanas (varia conforme a companhia aérea) e após as 34 semanas de gravidez muitas não autorizam viajar de todo. Se for gémeos podem ser mais restritivos. Verificar sempre as regras da companhia aérea.
Nos voos de longa duração as pernas e pés incham naturalmente. Quando estamos grávidas e já temos os pés inchados, eles vão doer e o voo pode ser um tormento.
Durante o voo deve: beber muita água, fazer alongamentos sempre que possível, levantar e circular, usar roupa larga e tirar os sapatos, colocar o cinto de segurança debaixo da barriga e se este não tiver largura suficiente, peça aos tripulantes um “acrescento”, que é mais um bocado de cinto que irá tornar o seu maior, eles existem para isto mesmo.
Vacinas: se vai para um país que exige a toma de vacinas, como por exemplo a da febre-amarela (com vírus ou bactérias vivas), embora não haja estudos suficientes que confirmem que possam infetar o feto certifique-se que o obstetra e o médico da consulta do viajante concordam com a toma, e acima de tudo, tome a vacina em consciência.
Escolha do local: escolher um local que não envolva riscos e muita logística, é sempre uma boa opção. Em Portugal ou mesmo a Europa tem acesso aos serviços de saúde grátis através do cartão europeu de saúde. E, se qualquer coisa acontecer, estará perto e pode voltar para casa sem grande stress. Há locais maravilhosos perto para descansar uns dias, não precisa arriscar.
Fazer a mala: levar uma almofada grande de casa sempre consigo para os voos. Vai ser útil no voo (na TAP, por exemplo, têm sempre mais almofadinhas, mas nas low cost pode nem haver uma), no aeroporto, transfer, etc.
Conforto é essencial, tanto na roupa como nos sapatos que devem dar para alargar a qualquer momento. Saltos altos são desaconselhados, sabrinas são boas para usar uns bocadinhos, por exemplo à noite, mas más para caminhar durante o dia por não darem descanso às costas.
Aproveitar bem: a gravidez é um tempo único em que tudo nos parece preocupar menos, o mundo é lindo e nós vamos ter um bebé maravilhoso! Viajar nesta época é diferente, é relaxante e podemos ainda descansar antes das noites agitadas começarem.
Se são do género de fazer muitas atividades durante as férias, aproveitem a gravidez para dormir bem, sentar a admirar, absorver o ambiente à volta e recarregar as baterias para aproveitar ao máximo esses dias de paz.
Alimentação: viajar é comer. Frutas fantásticas, pratos muito condimentados ou saladas variadas, são pontos a não perder em quaisquer férias. Mas grávida já sabe que vai ter de dizer não a algumas iguarias. Leve barritas de cereais e pacotinhos de fruta desidratada para ter sempre à mão um lanche.
Sentimento de perder qualquer coisa: enquanto estamos grávidas, parece que estamos sempre cansadas, com fome ou uma qualquer necessidade fisiológica a toda a hora. Parece que não conseguimos acompanhar o ritmo dos outros. E não conseguimos mesmo.
Descansem, as férias são para isso. São para descansar das preocupações do dia-a-dia, do medo do parto, das incertezas da mala de maternidade, das compras de artigos de bebé, decoração do quarto, etc.
Raio-X no aeroporto: é seguro passar nos detetores de metais dos aeroportos. A radiação é extremamente baixa. E 1 segundo de exposição que irá ter, não vai ser prejudicial para si ou para o bebé. No entanto, se não se sentir confortável em passar lá, pode pedir para passar ao lado e irá receber uma revista manual.
Pressão no avião: os aviões comerciais têm uma pressão atmosférica que garante o conforto dos passageiros e tripulantes a trabalhar, e numa gravidez normal não trará nenhum problema para si ou bebé.
No entanto por ter a pressão um pouco mais baixa do que o nível das águas do mar, pode ter um pouquinho menos oxigénio, que não vai prejudicar os tecidos ou fluídos que envolvem o bebé, mas podem dar algum sintoma físico, como tonturas.
Não vão de viagem sem conversar primeiro com o obstetra. É muito importante.
Este texto é generalizado e cada pessoa, pode ter condições de saúde diferentes.
Bons passeios!
Mãe Duarte
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