Há pais que não vão de viagem sem os filhos.
Há pais que só vão de viagem com os filhos.
Há uns que se conseguem organizar para fazer as duas opções.
E… há casais que não se entendem neste assunto! Um quer ir e levar as crianças (mais as mães, não sei porquê) e o outro quer deixar os miúdos com familiares, para viajar no estilo de casal, sem horários e outras obrigações normais.
“Eu quero levantar-me cedo, comer rápido e sair o dia inteiro a pé para ver o máximo de coisas que conseguir. Com eles é impossível. Depois são esquisitos com a comida e não acham piada a nada. Não quero ir para longe para isto e ela prefere não ir, se não os puder levar” – São mensagens que nos chegam.
O que fazer? 5 coisas
1 – A primeira atitude a mudar é a nossa própria. Não há milagres. E por mais habituadas que as crianças estejam a viajar e resistentes que elas sejam, há coisas que não as podemos “obrigar” a fazer: a mudar o seu ritmo biológico e a gostar das mesmas coisas dos adultos.
Viajar devagar é muito prazeroso. Experimentem. Não é preciso andar a correr e ver TUDO, relaxem, mais vale aproveitar bem e absorver realmente a essência de um lugar, do que só fazer cruzes no mapa e postar fotos no Instragram.
Partindo desta ideia, já sabemos que têm fome a horas certas, que demoram muito tempo para se despachar de manhã e que vão ficar aborrecidos a olhar para quadros num qualquer museu.
2- Gastem mais energia a preparar as crianças, do que com a logística da viagem. Vai valer a pena.
Eles vão aproveitar mais o passeio se tiverem as expectativas verdadeiras acerca dos lugares que vão visitar. Quanto mais souberem, mais felizes ficarão, e claro que mais felizes NÓS ficamos. Não podem dizer a uma criança: “Vamos visitar o mosteiro mais giro do país!”, e esperar que fique super entusiasmada quando não faz ideia do que é um mosteiro. E arte ou monumentos sem expectativas, pode não ser nada divertido. Nós já lemos sobre o pintor Rembrandt e adorávamos visitar a casa onde viveu e os seus quadros, mas coloquem-se no lugar da criança: estar imenso tempo na fila para ver uma casa antiga com quadros de um senhor de bigode com ar de poucos amigos, que os pais dizem ser “muitíssimo famoso!”… é coisa para lhes estragar o dia e por consequência, adivinhem quem não vai ficar melhor?!
Expectativas autênticas, resultam também como moeda de troca: “Vamos ver a casa antiga de um senhor que era pintor, demora um bocado, mas à tarde vamos andar de bicicleta ou ver o que tu escolheres”.
3- Aprender outra língua.
Apenas se forem para um lugar tão remoto que não viva lá ninguém, as crianças vão ser expostas a uma nova língua, que não entendem. Em casa ou durante o percurso até ao destino, podemos ensinar (e aprender também) algumas expressões mais comuns na língua que iremos ouvir, o simples cumprimento, obrigado, água, etc. Se a criança já é mais crescida (a partir dos 6 anos mais ou menos), pode perfeitamente aprender algumas frases inteiras(Quanto custa isto?/O que é esta comida?)
Um adulto pode demorar horas para aprender 10 frases numa língua completamente estranha, mas as crianças fazem-no em minutos.
É muito mais agradável quando as crianças cumprimentam toda a gente na sua língua, pois a resposta que recebem de volta é muito mais genuína e simpática. As crianças ficam tão felizes, quando os outros os entendem.
O pequeno viajante consegue levar a sua vontade avante com apenas um olá ou um obrigado cheio de confiança e sotaque, e um dedinho espetado na direção do que pretende! Já houve de tudo: um peluche alemão, uma banana num mercado asiático, um jacúzi só pra ele, uma televisão no canal dos desenhos animados num aeroporto, e outras que nos vamos esquecendo ao longo do tempo. Em minutos percebe que, se disser obrigado naquela língua, ganha logo o sorriso de alguém.
Fazerem-se entender e entenderem alguma coisa, é uma grande motivação durante a viagem.
4- A “esquisitice” da comida, é ultrapassada exatamente como estão habituados em casa: se a criança não gosta de batatas e lhe fazem sempre arroz, será igual aqui ou na China. Se a criança come de tudo e até acha piada experimentar uma comida nova, igual em viagem: podem dar-lhe de tudo.
No entanto, as viagens são ótimas para mudar hábitos. E na excitação do passeio, com fome e falta de opção, é boa altura para aproveitar para lhes dar a provar outras coisas.
Nós quando eramos crianças também não gostávamos de tudo e hoje em dia comemos (quase tudo), não é de todo um impedimento para viajar. Pelo contrário, é uma oportunidade de alargar os seus horizontes.
5- Ceder é essencial.
Pais não deixem de viajar. Um cede daqui e outro dali e tudo corre muito bem!
São férias iguais às de antes? Não. Vêm a mesma quantidade de coisas? Não. É mais gratificante? SIM!
Bons passeios!
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