A última viagem que fiz antes do mini-turista nascer, estava grávida. A minha amiga também, e fomos a Trier, na Alemanha. Não bebemos cerveja e comemos muitas bratwurst.
Passados quase 4 anos, este fim de semana, íamos lá voltar. Nova vida, nova mentalidade, mais ensinamentos e mais gratidão. Trier já seria muito diferente.
Aqui em casa nunca fomos de viagem sem o rapazito. Como já temos contado em vários posts:
Porquê viajar com as crianças? Não se vão lembrar de nada!
10 Desculpas para não viajar com as crianças VS 10 Dicas
Não vão de férias em família, mas não culpem as crianças
As únicas viagens, sem ele, que ponderamos são: as que são feitas a trabalho, e as que são feitas à vez (vai um, ou vai o outro). Hoje era a minha estreia!!
Estava cheia de esperança, já a imaginar-me a:
- dormir até tarde (preciso mesmo)
- não preocupar com as horas (correr atrás do tempo é o meu forte)
- não cozinhar (é um euromilhões)
- ler um livro no voo (será que ainda sei?)
- escrever um bocado (com caneta!)
- comer bratwurst e beber uma cerveja alemã (ou várias)
- ir ver os saldos (confirmar que existem pelo menos)
Mas não aconteceu. Estou em casa. Porque não fui capaz de ir.
Poderia dizer que não fui porque o mini-turista-que-nunca tomou-um-brufen-na-vida, está com uma gripe das boas desde 5ª feira, mas a verdade é: eu paralisei. Olhei para a bagagem e o peso na consciência não me deixava avançar. Não posso imaginar que o rapaz chama por mim, e eu estou a passear na neve como se nada fosse. Não sou capaz.
Não sou pessoa de desmarcar coisas, sinto-me péssima. Em falta para com os outros.
Se ele não estivesse doente, teria ido? Sim, acho que sim… Mas isso agora não interessa.
O meu lugar é aqui. Estar presente. Ver com os meus olhos como se sente. Dar colo. Inventar a milionésima atividade, para tentar parar as investidas constantes junto à porta de casa, de quem não sabe estar muito tempo entre paredes.
Sim eu sei, é só uma gripe, e o pai está em casa, e engripados todos estivemos nesta vida, passa e não tarda está aos saltos. Mas eu quero mesmo estar aqui.
A Alemanha não vai sair do sítio, amigas boas que combinam passeios, estão sempre presentes na minha vida felizmente. Mas o meu pequeno não volta a ter 3 anos, e eu sinto-me melhor aqui. Hoje é aqui que tenho de estar.
A mãe Duarte
Bons Passeios!