As viagens que incluam várias horas em que as crianças vão sentadas, são viagens em que o tédio e o aborrecimento vão tomar conta dos pequenos-viajantes.
É certo que, com a habituação, vão eles próprios desenvolvendo estratégias para estarem distraídos. Mas, especialmente até saberem ler, o aborrecimento chega rapidamente.
Nas deslocações de carro, podemos parar numa estação de serviço. No comboio, podemos levantar, não estamos presos com o cinto e até podemos ir ao Bar. Num avião o cenário é diferente, pode estar turbulência e o sinal dos cintos ligado, pode estar a decorrer o serviço do jantar, o espaço entre os bancos é mínimo e a paisagem através da janela é monótona.
É agora que a coisa se complica!
Num voo curto ou médio, para desviar a atenção da criança da birra, há quem opte por dar qualquer coisa doce. O mal não é tão grande assim, porque o voo termina rapidamente.
Num voo longo, vai chegar o tabuleiro da nossa criança. Tcharam! Alguém fica muito contente!
O que está aqui? Um chocolate KitKat (que não chegou à mesa), bolo de creme com chocolate, bolachas com pepitas de chocolate, pacotinho de gomas, água, queijo e bolacha, pão tipo brioche e dentro da caçarola estava nhoque (batata portanto) com douradinhos e 3 ou 4 ervilhas.
Quem é que lhes tira isto da frente agora?!
Isto é a refeição, mais ou menos, transversal oferecida nos aviões.
Os pais diriam: é melhor comer qualquer coisa, do que nada! Porque todos nós sentimos que a nossa missão é fazer com que eles comam algo. E ali, no avião não podemos pedir ao cozinheiro que faça outra coisa. E os miúdos, até podem não gostar muito da comida, mas qual deles não gosta dos doces? Então a refeição vai ser: pão brioche, com bolo de creme e bolacha de pepitas de chocolate, a sobremesa: gomas.
-Agora é hora de dormir meu amor!
Tudo o que não temos falta, dentro de um avião, é de um mini-turista hiperativo e incontrolável. Não é bom para nós, mas principalmente não é bom para eles, que não têm por onde correr.
O açúcar eleva no índice glicêmico, causando um pico de adrenalina e caindo rapidamente, o que leva a hipoglicemia. Assim, prejudica gravemente o sono, causando agitação nas crianças, tremores, suores e irritabilidade.
O que costumamos fazer é levar alguma comida connosco. Não estamos a falar de levar comida para 12h ou mais, trata-se de apenas ter três ou quatro coisas à mão, que nos permita evitar que o mini-viajante coma tudo o que está no tabuleiro (ele come!).
Antes de começarem a distribuir as refeições, quando já cheira a comida em todo o avião e o apetite abre, se lhe dermos uma banana ou uma maça, a fome diminui e a tentação pelos doces será menor.
Com a barriguinha cheia, não com o que desejaríamos, mas com alguma escolha nossa, eles vão acabar por ficar ensonados, e dormir em seguida.
Bons passeios!