Temos andado a fugir ao tema do xixi, mas agora não o podemos ignorar mais, porque é uma questão pertinente para muitas famílias, e já prometemos a algumas este post.
Vamos começar por nós: o Andrezinho tem medo do WC dos aviões. Que porreiro, não é?! #not. Tem medo do barulho que faz o “autoclismo”. Só o convencemos a usar o WC do avião, após longas negociações ao nível das Nações Unidas.
Para não pensarem que as coisas só acontecem aí em casa, aqui vai o relato da última viagem: a nossa bagagem era reduzida, só levámos 1 mochila como bagagem de mão, e só colocamos 1 par de cuecas extra para o miúdo, para parecer pais prevenidos, porque normalmente não é necessário. Super confiantes.
De Lisboa para Manchester não foi possível negociar nada, porque ele foi a dormir. Chegámos a Manchester, fomos a correr (literalmente) para o WC das chegadas e proseguimos para o check-in do próximo voo. Estávamos uma fila lenta do depósito de bagagem fora do formato, quando se ouve: “papá tenho cocó, tou muito aflito!”, corre, mas não chegámos a tempo… Não há problema nenhum! há umas cuecas extra, e as primeiras não chegáram ao destino final. (Nota: a água das torneiras em Inglaterra sai quente)
Fomos passear aos mercados de Natal em Manchester, e visitámos a biblioteca onde filmaram o filme do Harry Potter e como eramos 5 adultos dividimo-nos, para uns ficarem a beber um café, guardar as mochilas e fazer companhia ao mini turista (aquilo não tinha grande interesse para ele), e os outros irem visitar o edifício. Tínhamos subido a longa escada há 5 minutos, quando a amiga que ficou com ele, telefona: “Vem para baixo o André está aflito e eu não o consigo levar, mais as mochilas e o carrinho!”.
A mãe foi a voar, mas não evitou o pior.
Resultado: o Andrezito ficou só com as calças até Colombo (Sri Lanka).
Olhámos um para o outro e não foi preciso falar:”Ainda não saímos da Europa e o mini viajante está de barriga às voltas!”.
É normal. Com as crianças é suficiente uma diferença na alimentação, e temos logo que contar com estas coisas. O avião tem um ambiente muito seco, que faz com que bebam o dobro da água, e assim não é de estranhar que tenham de ir mais vezes ao WC. A comida dos aviões é rica em gordura, muito calórica, congelada e aquecida depois, nos fornos dos aviões. As refeições de criança têm quase sempre chocolates, bebidas açucaradas e batatas fritas, e é suficiente para lhes acelerar o metabolismo, se não estiverem acostumados a este tipo de alimentação.
Uma vez, a trabalhar, vi um menino a fazer xixi atrás do autocarro à chegada do avião na plataforma de estacionamento. Hoje em dia, compreendo esta mãe, o mais certo é o miudo dizer que não tem xixi, ou já não ter mais mudas de roupa e depois…. Tou muitooooo aflito!
Outro episódio foi no Templo da Caves do Buda (Dambulla). Aquilo é grande e muito antigo. Outro “Tou muito aflito!”, e corremos para a bilheteira. Na bilheteira os senhores, dizem que têm de chamar um funcionário que nos vai levar a um WC, algures, que não está à vista e deve estar fechado a 7 chaves. Temos de esperar.
“‘Tou mesmo muito aflito…”, o pai Duarte pega nele ao colo sai do templo, procura uma zona de arbustos, pisa o terreno para garantir que não há cobras (mais esta), e salva o dia.
Especialmente em férias e passeios, convém nunca sair sem um pacote de toalhitas, papel, desinfectante para as mãos, etc. Costumamos também levar um pacote de toalhitas Sanytol (passo a publicidade, só não conheço outra marca), porque eles querem sentar-se, seguram-se com as mãos e depois não há sabonete… bâh… convém minimizar os germes, já basta o aspeto dos WC na Ásia, para ficarmos com pesadelos.
No ano passado quando fomos à Malásia, o pequeno estava a desfraldar há duas semanas. Estava a correr lindamente, mas levámos fraldas de elásticos, e um bacio de viagem portátil, que serve também de redutor para as sanitas. Usámos imenso isto:
A dica principal que temos para dar é: sejam práticos e prevenidos. Mais vale levar fraldas a mais, do que ficar sem stock a meio caminho. Algumas companhias aéreas têm umas poucas fraldas e toalhitas, mas não se pode contar com isto. Ser prático ajuda muito, porque os miúdos não conseguem “apertar”, e procurar um WC aceitável para o nosso standard, pode demorar ou pode não haver. Também é prático ensinar a fazer as necessidades ao ar livre/sem a sanita, por 2 motivos: fazer ao ar livre pode ser a única hipótese; ou a sanita pode ser de estilo turco, que há em imensos lugares pelo Mundo fora.
Após o desfralde, nunca mais há retorno, eles não conseguem fazer lá xixi.
Aproveitem bem enquanto as crianças usam fralda, não pagam bilhete de avião e dormem no carrinho! Apartir daí a nossa imaginação é muito mais colocada à prova #loveit.
Dica extra: mesmo que o sinal de cintos apertados esteja aceso no avião durante o percurso, podemos ir numa emergência ao WC, à nossa responsabilidade. Duvido que os tripulantes prefiram um xixi na cadeira ou na alcatifa. A menos que esteja a aterrar/turbolência severa, o perigo é muito grande e pode haver acidentes, e aí é melhor umas calças molhadas do que uma cabeça partida.
Como mãe, viajante e ex-tripulante (já vi de tudo), este assunto não me faz absolutamente nenhuma confusão, mas é normal haver receios. Especialmente nas primeiras vezes que vamos viajar com as crianças, eu também tinha muitos, e tenho, mas a prática vai ajudando. Aproveitem para tirar qualquer dúvida, no facebook , ou com e-mail para: [email protected].
Bons Passeios!
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