Temos filhos, trabalhamos e merecemos férias em família. E todos merecemos, não ter de escolher entre as férias e os filhos, quem fica, quem vai, quem se diverte e quem faz o sacrifício. Crianças e pais merecem estar juntos, de férias. E o motivo pelo qual isto não acontece mais vezes é porque as pessoas vivem no limite dos salários. E todos nós sentimos que já não conseguimos fazer esticar mais o dinheiro, nem “apertar mais o cinto”.
Não é preciso ganhar mais para ir de férias.
É preciso gastar menos:
O conceito de frugalidade tem de ser encarado como uma coisa positiva, é preciso aceitá-lo. Uma pessoal frugal ,NÃO é o forreta lá do sítio, que só come batatas cozidas, que não sai à rua para não gastar gasolina ou sola de sapato, que não têm passatempos e é um chato. Nada disso!
Muita gente pensa que a felicidade vem de se poder gastar dinheiro. Mas é uma forma muito triste de pensar em dinheiro: ter muito, para gastar muito! Sim, o dinheiro faz falta e pode melhorar a nossa vida, mas não é tudo. E pior, quando mal gerido, leva a endividamento, stress, perder amigos e muito mais.
Ser poupado, não é sempre o que acontece quando já não temos mais opções. Ser frugal não pode ser a situação limite das famílias endividadas, pois pode não ter efeitos a curto prazo, tem sim, a longo prazo muitos efeitos positivos.
Por exemplo, quando nos encontrámos numa situação a receber só um salário, há 3 anos, foi aflitivo. Poupar para viajar parecia impossível! Mas as medidas que tomámos na altura, fizeram com que agora pareça que temos um rendimento extra. Não perdemos nada de importante, só o que na realidade estava em excesso e nós não tínhamos consciência. Agora podemos, viajar várias vezes, exatamente como antes, e com mais uma pessoa.
Viver a nossa vida e aprender como poupar algum dinheiro para fazer as coisas que realmente gostamos, é o nosso lema. Não andar atrás dos hábitos de outras pessoas e cair na divida gastando mais do que se ganha, ou totalmente o que se ganha. Não há absolutamente nenhuma razão para ficar falidos à custa de coisas/hábitos, que não acrescentam nada de bom à vida, e só servem para tentar impressionar os outros.
Acreditamos mesmo, que se pode conseguir um equilíbrio de uma vida boa enquanto se poupa para não andar sempre stressado a contar as moedas. E ir de férias! mais os filhos, a avó e o gato!
Vamos fazer férias com as crianças? 4 passos:
1- Parar com as desculpas esfarrapadas
Todos nós somos muito bons a arranjar desculpas. E toda a gente as vai continuar a arranjar, até se aperceber que as desculpas são mesmo só isso… desculpas. Pensem na última vez que disseram: “Não vai nada disto funcionar comigo porque…”, ou, “Não posso cortar essa despesa porque…”, analisando bem talvez pudessem tudo e muito mais. Toda a gente tem muitas desculpas para não conseguir poupar, e ainda muitas mais desculpas para gastar, ora, isto não funciona. Muitas pessoas sentam-se desanimadas numa cadeira a pensar em formas de arranjar dinheiro para gastar, e muito poucas se sentam a pensar em ideias para poupar.
O problemas das desculpas esfarrapadas,é que não solucionam o problema das dividas, não ajudam a chegar a objetivos concretos, nem melhora o sentimento que a vida não corre bem, nem nos leva de férias. Para simplificar: as desculpas não nos deixam viver a vida que gostaríamos, é desistir ainda antes de tentar.
2- Não merecemos/precisamos de tudo
Sim, somos espetaculares e pensamos que merecemos tudo, mas será que precisamos mesmo de comprar isto? Só porque alguns têm um telemóvel muito caro (ou uma vivenda, um carro de gama alta, um casamento para 800 pessoas, férias em Bora-Bora, etc), não significa que nós também precisamos de igualar.
E muito menos com comparações do género: “Eles têm o mesmo trabalho/idade/diploma do que eu, se podem, eu também posso!”. Porque ninguém sabe como o fizeram. Podem ter feito uma poupança de anos, ou ter pedido um empréstimo ao banco.
A pensar que merecemos tudo o que está à nossa volta, estamos a magoar-nos. Devemos ser realistas acerca das nossas finanças e apenas comprar o que realmente podemos e precisamos.
3- Ser Feliz com o que temos
Poder ler este blog, num computador ou telemóvel, com acesso à internet, no conforto de um sofá, é sinal que já temos melhor vida do que metade da população deste mundo.
Na próxima vez que pensarem que não podem viver sem algo, sejam honestos e analisem bem se será, um caso de vida ou morte.
Isto não significa que não possamos aproveitar a vida e ter momentos bons todos os dias. O poder da frugalidade, significa que podemos viver muito bem, cortando no que não nos faz falta. Há muitas formas de se viver uma vida boa, sem estar preso a quantos euros tem a conta no fim do mês. Podemos ver todos os nossos amigos, divertir, viajar mais, investir, estudar, mas sempre num orçamento realista.
4- Quando menos gastamos, menos precisamos
Porque percebemos que afinal determinadas coisas não nos faziam falta, ou que são iguais a tantas outras que fazem o mesmo efeito.
E, quanto menos gastamos, mais sobra para aquilo que nos dá prazer e que realmente traz sentido à vida. Neste caso estamos a falar de férias em família, mas isto aplica-se a qualquer outra coisa. E quando começamos a fazer aquilo que nos dá satisfação pessoal, relativizamos o que é tóxico, e tornamo-nos mais felizes.
E parte melhor? Arrastamos as nossas crianças para este ciclo.
Bons Passeios!