Tal como o protetor solar ou o repelente de insetos, há outro item que não falta na bagagem: o Birras.
Cá em casa o Birras é tratado como aquele amigo que nunca avisa que vem almoçar, mas aparece às 13 horas e ainda quer escolher o prato que vamos cozinhar. É portanto, um amigo que gostamos porque o facto de ele existir é sinal que está tudo bem dentro das cabecinhas das crianças. Que o desenvolvimento está, onde deveria estar, mas no fundo almoçávamos muito mais descansados sem ele por aqui.
O pequeno viajante trata o Birras como se o seu aparecimento, não fosse da sua responsabilidade. Como se o Birras fosse alguém.
E de férias? O Birras vem connosco, pois claro. Mas já o conhecemos bem. Aparece quando o André está cansado, com sono ou entediado. E nestes momentos, só não o deixarmos carregar no botão do elevador, é coisa para lhe estragar o dia.
Assim, o mais fácil é antecipar estas 3 situações (cansaço, sono e tédio).
Neste processo das birras achamos que é mais fácil levar tudo com humor, do que fazer um braço de ferro com uma criança de 2 anos que perdeu o controlo. Batalhas desnecessárias são muito cansativas, e no meio de uma viagem a palavra de ordem é: facilitar. Achar um compromisso que nos deixe (pais e filhos) felizes, é o objetivo principal.
Já lemos alguma coisa sobre os terrible twos, compreender a fase é essencial, mas em cada casa, cada um usa aquilo que melhor resulta. Ou, que mais rápido resulta.
Nas viagens o cansaço é o melhor amigo do Birras.
O mais simples para tentar contornar isto, é durante a organização do passeio, ir tomando decisões que protejam a criança do amigo Birras.
Algumas ajudas:
– Escolher voos de menor duração e com horários que não interrompam o seu sono normal (por exemplo voos ás 05 horas da manhã), pois assim, é certo que o Birras vem á velocidade da luz. Em viagens de carro, fazer várias paragens para esticar as pernas e desanuviar o ambiente de tédio.
–Ter tempo extra. Os miúdos querem explorar e não têm noção de horários, e depois têm xixi, e daqui a 10 minutos têm fome. Mais vale não andar á pressa.
–Ter sempre uma lancheira com algo que a criança goste muito. Porque a fome vai chegar, quando menos esperarmos e assim fica logo satisfeito, e o Birras volta para trás.
–Ter um tablet infantil com jogos para a sua idade, á mão. É mais fácil do que bloco e lápis de colorir espalhados por todo lado. Vai mante-lo distraído por exemplo numa fila, onde não dá muito jeito tê-lo ao colo, ou a jogar á bola.
–Reservar a estadia antecipadamente. Viajar sem alojamento marcado, não é compatível com o Birras. Chegar ao local e ter um miúdo aos berros no banco de trás do carro, com fome e sono, e ter de palmilhar ruas á procura de hotel, não é muito agradável.
–Ter roupas adequadas ao clima. Se vão para a neve, por exemplo, não há desculpa para não ter umas boas luvas e botas que o protejam bem do frio, e consequentemente, do aparecimento do Birras. Desde lojas em segunda-mão, a amigos, arranja-se sempre material.
–Oferecer-lhes uma máquina fotográfica. De criança, claro, mas que tire mesmo fotografias. Eles adoram ver e não se sentem excluídos neste processo de registar os bons momentos. Até vão passar a colaborar mais nas suas próprias fotos.
–Usar os transportes que não conhecem. Normalmente só andam de carro, autocarro e pouco mais. Tentem incluir passeios de bicicleta, tuc-tuc, comboio, barco, etc. Ajuda imenso a manter o tédio longe.
–Ter paracetamol sempre á mão. Cansaço, sol, viagens, jet-lag… dá desconforto e dor de cabeça. Não há necessidade da criança estar em sofrimento.
O que interessa mesmo é manter o Birras fechado na bagagem, para que a viagem decorra o mais tranquila possível.
Bons Passeios!
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