Quando não temos filhos e viajamos ninguém liga, mas quando nascem as crianças, toda a gente começa a ter qualquer coisa para comentar. A maternidade gera muitas dúvidas e quando toda a gente à nossa volta começa a lançar ainda mais dúvidas, há pais que ficam com receio.
No reino dos Duarte, já ultrapassámos essa fase. No entanto há quem nunca desista e está sempre de plantão à espreita da próxima viagem… quem? os avós pois claro!!! É pacífico, eles já comprovaram que nós tomamos muito bem conta do seu neto.
Achamos importante dividir os “lançadores de dúvidas turísticas” em 2 grupos: os familiares preocupados (quase sempre os avós), e os outros, que podem ter uma preocupação ligeira mas que na origem dos comentários apenas está a curiosidade ou falta de informação. Excluímos os maldosos, nem vale a pena mencioná-los.
Há amigos do blog a ser bombardeados e nós queremos ajudar. Vamos lá:
–O que vais fazer para a Ásia com um bebé de 1 ano? És louca! Mais vale ficares por um destino mais próximo como as ilhas ou Europa! E eu fiquei a pensar nisso, como nunca fomos para tal lugar, será que não é arriscado ir com um bebe tão pequeno para esses sítios? A Ásia é longe de facto, mas tudo é uma questão de gosto, gostamos da cultura e de arroz picante. Se gostássemos mais da ilha da Madeira e de bolo do caco, era para lá que íamos! Quando a pessoa nunca foi para longe, no fundo tem as mesmas incertezas do que o “lançador de dúvidas turísticas“, junta-se um bebé pequeno e tudo complica. O termo “arriscado” é muito abrangente, arriscado em que sentido? segurança, alimentação, saúde, poluição? era a pergunta que nós faríamos.
Achamos que, a cima de tudo, os pais têm de ter confiança no que estão a fazer. Se não estão muito seguros, e se a cada pergunta ficam mais ansiosos, o melhor talvez seja começar devagar, ir ganhando confiança e ir aumentando a distância, conforme se sentirem bem.
-Será seguro? Teremos bons cuidados de saúde se precisarmos? Outro termo abrangente: seguro. A proteção da criança é a nossa maior preocupação, mas queremos fazer a viagem porque os benefícios são maiores, então começamos por pesquisar junto de quem já esteve nesse local com crianças. Depois, investimos num bom seguro de saúde em viagem.
-Será que há contra indicações nas vacinas do viajante para crianças tão pequenas? Aumenta a insegurança de ir a esses sítios com miúdos tão pequenos! Há vacinas que não se dão a crianças pequenas sim. Mas só o pediatra, juntamente com um bom médico da consulta do viajante, poderão dizer o que é mais seguro.
-Parece que vamos para um país de 3 mundo. Só em 2011 as Maldivas saíram da lista dos países de terceiro Mundo ( subdesenvolvidos) e nunca foi por isso que deixaram de ser um luxuoso e paradisíaco destino de férias em família. O ponto principal aqui é, um país subdesenvolvido poderá não ter acesso às mesmas condições de saúde, do que em Portugal. Novamente, um bom seguro levar-nos-á a uma clínica para um diagnóstico profissional e confiável. Se a situação for má, estes seguros incluem transporte de avião-ambulância, ou regresso antecipado a casa sem custos adicionais.
-Esses países são terríveis com parasitas, mosquitos ou águas e se o bebé apanha alguma doença? E estás no outro lado do mundo? Se nós estivéssemos assim aterrorizados, não íamos. Não iriamos aproveitar nada. Cada vez que víssemos um mosquito, ou uma picada íamos perder o sono e correr para o hospital. Com um mundo tão grande e com tantos lugares lindos, não achamos razoável uns pais enfiarem-se num avião para apanhar nervos.
Águas? para beber? até em Portugal muitas pessoas não bebem água da torneira, e ela é boa, quanto mais num lugar distante. Regra básica: água engarrafada SEMPRE, e bebidas sem gelo.
-O que vão dar de comer ao meu neto? as pessoas comem baratas! esta ouvimos nós eheheh!
Férias são para relaxar, conhecer lugares e pessoas, e para isso não é necessário ir para um lugar que não nos transmita segurança. A sério, não façam isso. Tudo é bom. Basta só sair de casa e da rotina.
Bons passeios!
Vale a pena ler posts relacionados:
O bicho de 7 cabeças da alimentação nas férias
Mudanças nas viagens após os filhos