São viajantes aqueles que vivem as viagens. Aqueles, que absorvem a cultura, que gostam de conhecer tradições, comidas e hábitos de outros povos. São viajantes aqueles que programam encaixar uma rotina entre viagens, e não umas viagens entre rotinas.
São muitas as dificuldades para ter tempo para nos focarmos nas nossas paixões e objetivos pessoais. Adoramos estar ao ar-livre e viajar, mas estas duas coisas requerem mais tempo, mais dinheiro e muito planeamento, o que é difícil de atingir quando o nosso trabalho está a exigir mais preocupação.
No meio disto está a nossa responsabilidade mais recompensadora de todas: os filhos.
A parentalidade é uma constante batalha de equilíbrio. Queremos sempre que os nossos filhos tenham prioridade, em tudo (tempo, atenção, dinheiro…). E então sacrificamos o tudo, e como ficamos? Sem trabalho, sem tempo…
Há algumas lições que temos aprendido ao longo destes 4 anos, que nos ajudam a manter focados e motivados:
-Ter o trabalho certo é metade da batalha ganha. Muitas pessoas não adoram o trabalho que têm, mas nada fazem para mudar. É uma frase com 2700 anos: “Escolhe um trabalho que gostas e nunca mais terás de trabalhar um dia na vida“. Para nós não significa deixar o ganha pão, mas ter uma outra atividade que seja muito gratificante que nos impulsione para a frente, dia-a-dia. Serve para desviar o foco e encher o coração de sentimentos bons.
-Ser realista a cerca dos nossos objetivos pessoais, sem deixar o sonho de parte. Os nossos objetivos passam a girar à volta de outra pessoa. Tirar um ano sabático para viajar sozinhos, se já não o fizeram, agora é pouco provável que o façam. Mas viajar é sempre possível! Os nossos sonhos podem ficar um bocadinho para trás de vez em quando, mas no final estamos a criar novas aventuras para nós como pais. Não perdemos nada, pelo contrário, só ganhamos.
-Desde o início aprendemos, que toda a gente tem uma opinião acerca da educação do nosso filho. Somos os primeiros a saber a importância das rotinas de deitar (nós estamos cá todos os dias!), ou da importância de comer a horas certas, para o crescimento do nosso filho. No entanto, em viagem não é fácil manter os horários, e não nos parece que tenha tido algum efeito menos bom, pois sempre que regressa continua todos os hábitos, como se nada se tivesse passado.
-Os viajantes têm uma grande facilidade em se adaptar às diferentes coisas que a vida lhes atira. Nunca duvidem disso. Viajar tem sempre qualquer coisa de inesperado, e a facilidade de ultrapassar barreiras, torna-se uma habilidade que dá muito jeito na nossa vida pessoal. Viajar com mini-viajantes tem muito de inesperado!
Durante muito tempo, tivemos preocupados em como equilibrar o trabalho, as viagens, as preocupações parentais, as opiniões alheias, mas o que podemos agora partilhar com outras pessoas é que afinal, só precisamos ter paciência com nós mesmos. Aprender com os erros e deixar os nossos filhos criar o roteiro de vez em quando, se eles querem ficar no parque, por exemplo, então, descontraiam e deixem-se só ficar no parque.
Nada realmente gratificante nesta vida, nos cai do céu. É fruto de muito trabalho. E nós não conseguimos pensar em outra coisa mais gratificante, do que mostrar ao Mundo ao nosso filho.
Bons Passeios!