Para viajantes viciados, é impossível não fazer contas à vida quando se está a pensar aumentar a família. Será que é boa hora? Agora ia à India, será que é um bom sitío para bebés? Viajar na gravidez será seguro?
É comum ir adiando, ou planear encaixar a gravidez num calendário irrealista, como se tudo na vida fosse matemática. Contas do género: ” Ora bem, vamos engravidar em Março para viajar (aqui perto) até Junho, porque depois está muito calor, incha os pés e a barriga pesa muito para fazer caminhadas longas. Depois o bebé nasce em Dezembro e lá para a primavera já podemos voltar a fazer as malas”
O intuito é, evitar que uma criança chorona atrapalhe as viagens planeadas, para os próximos 12 anos.
Nós já passámos por isto. E tendo em conta o número de locais que o Andrezinho já visitou, podemos comprovar que um bebé não acaba com os projectos das viagens.
Contudo, os papás que começam com uma má experiência, dificilmente voltam a levar a criança, até ela se tornar adolescente.
Para começar com o pé direito, precisamos ouvir quem já o fez e pode ajudar. Ninguém nasce ensinado. Nós contactamos imensos bloggers que andam por todo lado com as crianças, perguntamos pela comida, infraestruras, experiências e dicas. “Quem tem boca, vai a Roma”, lá está.
Não há uma fórmula mágica, nem é instantâneo, são apenas dicas de pais amantes de viagens para futuros pais de mini-turistas amantes de viagens:
–Duas pessoas é mais fácil. É possível, claro viajar com um pai, e é igualmente bom, mas 4 braços dão muito jeito, especialmente quando a criança é pequena
–Não é necessário fazer viagens-padrão. Lá por terem um filho agora, só vão visitar a Eurodisney ou a Legoland?! Excluindo zonas de guerra, todo o Mundo pode ser visitado. Não fiquem cheios de medo porque começam a ouvir criticas, e “conselhos” especialistas de quem nunca tirou o rabo de casa. Oiçam um bom pediatra e pessoas que já tenham estado nos lugares que pretendem visitar.
Amamentar num banco de jardim ou trocar fraldas no banco de trás do carro, não vai traumatizar a criança. Relaxem.
–A paternidade não muda o tipo de viagens que costumam realizar. Gostamos da Ásia, e para a Ásia continuamos a ir, porque é um lugar onde nos sentimos bem. Continuamos a gostar de alojamentos pequenos (não confundir simplicidade com sujidade), e continuamos a gostar de comer comida local.
As diferenças nas viagens depois do bebé nascer, é no número de atividades que fazíamos num só dia. Mas, com o pequeno viajante aprendemos o conceito de Slow Travel. Depois de nascer o bebé, descansar torna-se uma prioridade.
–Comecem cedo. Os bebés são mais “portáteis” e menos esquisitos. Quando liamos artigos sobre isto, não acreditávamos, pois parecia que as famílias com os miúdos a andar pela mão, era mais fácil. Hoje em dia, a assistir a uma birra “NÃO QUERO SAIR DA PISCINA!!!”, entendemos perfeitamente.
–Viajem para onde desejam. Eles são tão felizes a dar bananas a macacos num templo na Malásia, como a visitar o jardim zoológico.
–Ir mesmo com medo. Nunca vamos descobrir como eles reagem em viagem, se nunca experimentarmos. Não deixar o medo paralisar os sonhos, é muito importante.
Nem a culpa, deve nos paralisar. A paternidade acarreta culpa e em viagem, não ficamos livres dela.
–O clima não é importante. Se só podem ir de férias no Inverno, vão! Existe um ditado nos países nórdicos que diz mais ou menos isto: “Não existe mau tempo, existe mau agasalho”.
–Em todo lado há pais preocupados e bebés com necessidades para serem atendidas. Logo, há sempre solução para qualquer problema: fraldas, leite, papa, febre, etc.
–Vai haver muito cansaço. Os dias não vão acabar com um salto despreocupado para a cama, sem pensar em mais nada. Quando o dia chega ao fim, é preciso dar uma refeição equilibrada ao nosso turista miniatura, porque, provavelmente, parte do dia comeu frutas e snacks.
Depois é hora de lhe dar um banho relaxante e rezar ao Universo para que durma 11 horas, e no berço dele.
Nunca mencionámos que seria fácil.
Mas é muito bom, isso podemos garantir. Eles crescem imenso, e é muito giro vê-los interagir com toda a gente com uma naturalidade, que poucos adultos têm.
Pode ser para algumas pessoas cansativo. Mas cansativo, é também a rotina do dia-a-dia, e nós preferimos estar cansados numa praia de água quentinha longe de casa.
Bons Passeios!