Somos um blog de viagens com bebés e crianças e neste post abrimos as “portas” de 3 casas e espreitamos como é viajar em família, numa tertúlia de blogs de família. Três blogs, três experiências diferentes.
A Patrícia Mateiro autora do blog O teu tio Pedro é mãe de 3 rapazes de diferentes idades:6, 9 e 12 anos.
Este ano no meu aniversário, ainda mais especial por ter sido 40, os meus amigos juntaram-se para me oferecer o melhor presente de todos: uma viagem. Data e destino à minha escolha, limite de valor escolhido por eles. Pensei logo numa viagem a dois. Um destino perto, que nenhum de nós conhecesse e que o pudéssemos visitar em 3 a 4 dias. Adoro preparar as minhas viagens com antecedência mas estava indecisa entre Budapeste e Cinque Terre (Itália) e demorei algum tempo a decidir. As últimas duas viagens que fizemos sem os miúdos foi Itália mas é um país que nos fascina tanto aos dois que nenhum de nós se importava de o repetir. Cinque Terre foi a nossa decisão. Voos reservados para Milão para serem diretos e aluguer de carro para descermos até ao encanto das 5 terras coloridas junto ao mar. Quando recebi a confirmação da viagem e comecei a procurar informações sobre o destino começou a apetecer-me levar os miúdos. – Zinho, vou marcar viagem para eles. Apetece-me levá-los. Vamos os 5! Sei que no momento de fazer as malas vamos estar os 5 cheios de planos e promessas de bom comportamento, promessas essas que antes de sairmos de casa mais de metade já vão estar quebradas. Sei que quando reservar o alojamento e tiver que marcar 2 quartos não vou conseguir cumprir o orçamento do presente que me ofereceram. Sei que vou encontrar restaurantes giros e românticos que me iriam saber melhor a 2 que a 5. Sei que em alguns momentos me vou arrepender. Mas tenho a certeza que é por nossa vontade e nosso próprio prazer que vamos os 5 a Cinque Terre, mesmo conhecendo bem tudo o que vem com essa decisão. Fomos os 3 ao Brasil e à Suíça, os 4 ao Funchal e a Paris e os 5 aos Açores. Agora vamos os 5 a Cinque Terre.
Das dificuldades em viajar com crianças destaco apenas:
– é caro – se se tratar de uma família numerosa é difícil conseguir um quarto para todos e por vezes reservar 2 quartos fica mais em conta do que reservar uma suite maior. Gosto de quartos comunicantes. Não gosto quando temos de ficar em 2 quartos separados, porque se perde muito do objetivo da viagem que é estarmos todos juntos
– temos de ter algum cuidado com os horários das refeições e com a escolha das ementas, embora sejamos todos muito práticos com esta questão
– vamos ter menos tempo para namorar
Para mim é fácil viajar com crianças porque:
– podemos partilhar novas experiências com eles fora do nossa ambiente habitual. E sim eles vão-se lembrar, nem que seja pelas fotos que lhes vamos mostrar dos 5 naquele lugar
– se a nossa vida é assim a 5, se vivemos os 5 com horários diferentes, se disputamos os 5 o comando da única televisão que existe lá em casa, uma viagem a 5 é o que sabemos fazer de melhor. E depois há o nós, o nós os 5. Eu não sou eu nem nós somos dois, somos cinco e mesmo com toda a confusão que isso carrega, é a nossa bagagem e aquela que mais nos dá prazer de transportar.
Vamos os 5 a Cinque Terre (será só em outubro, até lá aceitamos sugestões do que ver e fazer de melhor. Os 5.
A Joana Reis é a autora do blog Mãe de 3gémeos, 2 meninos e 1 menina de 3 anos.
Não temos uma vasta experiência em viagens, principalmente de avião, já que, com o trio ainda não fizemos nenhuma. Mas das que fizemos de carro, reconheço que existem prós e contras, em viajar com filhos trigémeos.
VANTAGENS
Organização e planeamento- apesar de ter sempre planeado todas as viagens que fiz, com filhos, a exigência é ainda maior, principalmente no planeamento do que será necessário levar e do que iremos fazer.
Todos têm a mesma idade, logo todos têm as mesmas necessidades e interesses semelhantes, o que pode facilitar na escolha do destino e /ou atracões.
Enriquecimento pessoal e familiar. Viajar em família pode tornar-se muito stressante, e para que isso não aconteça é necessário um grande trabalho de equipa, saber respeitar os interesses de todos e saber adaptar-se a diferentes circunstâncias e ambientes.
Simplificar. Com três filhos, das duas, uma, ou levamos a casa às costas ou simplificamos e levamos o estritamente necessário.
DESVANTAGENS
As viagens são programadas em função das crianças e raramente é possível programas só para os pais.
Arriscamos a terminar as férias ainda mais cansados do que quando iniciámos.
O gasto, o motivo principal pelo qual não viajamos mais com os nossos filhos. Viajar com 3 crianças torna-se muito dispendioso. Os bilhetes de avião são o mesmo preço que dos adultos e regra geral, os hotéis que estão preparados para receber famílias numerosas são os mais caros.
Samanta, autora do blog Onde andam os Duarte? mãe de um menino de 3 anos.
Para nós viajar com o André é muito fácil. Começámos bem cedo, a prática leva a que consigamos prever muitos acontecimentos. De umas viagens para as outras vamos adaptando alguns hábitos ou a forma de nos organizarmos.
Passear sem o pequeno viajante não faz sentido para nós, não conseguimos contornar a sensação de lhes estarmos propositadamente a retirar uma grande oportunidade de se divertir e acima de tudo aprender muitas coisas.
Às vezes é cansativo porque uma única criança quer companhia para brincar e requer que lhe demos atenção durante todos os minutos do dia. No entanto, a cada viagem que passa percebemos que ele vai arranjando mecanismos para se “libertar” dos pais: sabe utilizar o sistema de entretenimento dos aviões quase tão bem como nós; mete conversa com outros meninos que estejam por perto e não se incomoda nada se não o entendem; memoriza o layout dos alojamentos com um único olhar e caminha decidido sempre á nossa frente, etc.
São 2 adultos para 1 criança, e isso faz com que as tarefas/birras/atenção sejam divididas e torna tudo muito mais simples.
É assim que vamos continuar a viajar em família. É um prazer, uma paixão vê-lo sempre tão bem-adaptado aos lugares e sem estranhar ninguém. Só tem 3 anos, mas lembra-se recorrentemente de lugares ou acontecimentos das últimas viagens. Isso enche-nos o coração.