E a prova vida disso somos nós.
Hoje vamos desmistificar esta ideia, de que para fazer várias viagens por ano é necessário ganhar muito dinheiro, ter viagens oferecidas ou não ter limite de férias. Viajar economicamente é possível.
E nesta época do Natal parece-nos que o tema vem bem a propósito. Quantas centenas de euros são gastos em presentes? e em jantares? e em chocolates? E o que isso acrescenta à vida de cada um?
Cá em casa, temos as mesmas férias que a maioria dos Portugueses teem: 22-28 dias úteis por ano. NÃO TEMOS ABSOLUTAMENTE NENHUM DESCONTO NAS VIAGENS, apesar de um de nós trabalhar no aeroporto (é uma pena…). E, espantem-se: pertencemos à geração Mileurista, e um de nós nem isso, porque prefere trabalhar menos horas por semana para estar mais presente na vida do filho e em casa. Imagine-se!
Viajar mais não tem a ver com riqueza, mas sim com mentalidade e opções.
Debaixo da nossa árvore de Natal, encontram-se alguns bilhetes de avião. Que comprados com vários meses de antecedência, nos custaram menos do que ir jantar fora.
Se para algumas pessoas serem felizes precisam: comprar motas, casas, almoçar fora de casa todos os dias, ter roupa cara e telemóveis topo de gama, heranças para deixar aos filhos depois de morrer, ter frigorificos cheios de comida a estragar-se, nós não… É APENAS UMA OPÇÃO DE VIDA.
Assim como algumas pessoas (felizmente poucas e desinformadas) se espantam pelo número de passeios que fazemos por ano, a nós espanta que a suprema felicidade de alguém seja gastar 350€ numa noite num hotel de 5 estrelas, super impessoal e a comer comida que, só é boa para fotos bonitas no instagram. Mas compreendemos as escolhas de cada um. Se cada um fizesse o que o faz feliz, o Mundo seria um lugar bem melhor, #maisamorporfavor.
Então aqui ficam, as dicas dos Duarte para as pessoas, que realmente gostariam de viajar mais:
– Levar marmita para o trabalho. Em média gasta-se 7€ por almoço. O que resulta em 35€ por semana e 140€ por mês, vezes 2 pessoas: 280€. O lanche também vai na marmita, é mais saudável e tudo.
– Pensar antecipadamente nas refeições semanais e ir apenas 1 vez por semana ao supermercado. Os supermercados são altamente especializados, em fazer os consumidores sentir que precisam de comprar coisas desnecessárias.
– Arranjar todos os dias, ou dia sim dia não, um bocadinho para espreitar os websites de viagens: Momondo, Skyscanner, E-dreams, Logitravel, Booking e alguns blogs de viagens que vão publicando promoções. A fatia maior das viagens, são os voos e é importante comprar o mais barato possível. Sem saber quanto custam, não podemos comparar preços.
– Ir jantar fora apenas em datas importantes.
– Comprar apenas a roupa e sapatos necessários. Aproveitar os saldos, especialmente para as crianças, pois já sabemos que número vão vestir para o próximo ano.
– Comprar prendas também nas promoções. Todos nós sabemos os aniversários daqueles que são próximos, e ter as coisas em casa antecipadamente, evita compras de última hora, que geralmente são feitas à pressa, e consequentemente mais caras.
– Ser fléxivel. Em tudo um pouco. A nós tanto faz que o detergente seja Persil ou Skip, desde que lave bem e cheire bem. Gostariamos muito de ir à Patagónia, mas os preços dão para 2 viagens mais baratas, a opção é óbvia. E por aí fora.
– Aproveitar feriados e pontes para passear. Sabem a férias e como são poucos dias, gasta-se menos.
– Hostels/Guesthouses/Airbnb/Homestay, em vez de grandes hotéis. Começando a explorar este mundo, descobre-se lugares muito bons, pessoas fantásticas e ficam recordações para a vida. Os grandes hoteis são basicamente todos parecidos e não primam pela originalidade. E claro está, uma noite custa o preço de 3 ou 4 em outro lugar mais simples.
– Não ter vicios. Cigarros, jogos, etc. São centenas de euros por mês.
– Ter ajuda doméstica esporádica. Ter alguém que nos ajude com a roupa, limpezas profundas, etc, é mesmo das melhores coisas que podemos pagar. Mas, podemos fazê-lo alternadamente e ainda poupamos mais uns trocos.
– Fazer mealheiros. Sim, o velhinho porco mealheiro. Pesquisar o valor de uma viagem, dividir por 12 meses e colocar lá o valor religiosamente.
– Ir ao ginásio que oferecer melhor preço, ou fazer desporto ao ar livre.
– Comprar coisas em segunda mão. Principalmente as mais caras: computadores, pranchas, máquinas fotográficas, etc. O OLX, o E-bay, e outros sites, foram criados para esse efeito. Têm milhões de utilizadores e são seguros.
– Não acumular objectos. Vender antes de comprar um semelhante.
– Ter carros pequenos e de baixo consumo.
– Pesquisar, pesquisar, pesquisar… Só na posse de muita informação, se pode fazer as escolhas que são melhores para o nosso orçamento familiar. E só a pesquisar, se pode encontrar o mais barato. Se não temos paciência para esta parte, não há milagres. Marcar numa agência de viagens é mais fácil, mas pode ser mais caro. É preciso mesmo investir (não é perder!) muitas horas à procura. Vale a pena! Não desistam!
A lista poderia continuar, mas o essencial está aqui. A parte que não se vê num blog, é a do imenso trabalho de pesquisa que está por trás, são as inúmeras mensagens que nos chegam a agradecer termos dado o empurrãozinho que estavam a precisar para começar a passear com as crianças. Vamos continuar por cá com esse objetivo em 2018.
Nós achamos que o melhor da vida está em poder conhecer o Mundo que nos rodeia. Estamos cá com tempo limitado e o melhor é aproveitar ao máximo.
Jamais eramos capazes de nos endividar para comprar uma viagem, comprometer a saúde, a educação, poupanças ou necessidades básicas. Mas, estando tudo isto “resolvido”, as viagens são o que nos dá prazer e sentido à vida. É uma escolha, válida como as outras escolhas todas, das outras famílias.
Bons passeios!