Viajar é sim uma experiência de muito impacto na educação dos nossos filhos, convivência com outras culturas, ver como vivem outras pessoas em diferentes lugares do Mundo, oferece-lhes a possibilidade de provar diferentes comidas, ouvir diferentes idiomas e sotaques.
Viajar dá uma ideia muito abrangente do meio que os envolve, e de como estão posicionados no Planeta. Viajar convida as crianças a ser flexíveis, adaptáveis, e cria memórias e experiências familiares sem igual.
Nós adultos sabemos bem, o impacto que as viagens tiveram na nossa vida. Não interessa se fomos 2 vezes ou 20, se foi para perto ou longe. Certo é que, teve impacto, e normalmente muito positivo. Torna-se assim, fácil perceber o que as viagens vão acrescentar de valor na educação que queremos dar aos nossos pequenos.
No momento em que decidimos que este é o caminho: levá-los bem cedo a ver o Mundo, devemos ter em conta alguns conselhos.
Desfrutar o máximo da companhia das crianças
É importante que todos os elementos da família possam desfrutar e descansar. Para isto acontecer, e as férias serem boas, temos de ser capazes de abrandar o nosso ritmo do dia-a-dia e andar ao ritmo das crianças (sabemos bem como são muito mais lentos e despreocupados com horários). Ter tempo para brincar, jogar ou apenas conversar é, nos dias de hoje, difícil entre os trabalhos, escolas e atividades. As férias servem para nos conhecermos melhor (parece ironia não é?), para fazer atividades todos ao mesmo tempo, com tempo para divertimento e para relaxar.
Esta é a melhor recordação das férias: o tempo livre e bem aproveitado.
O planeamento de uma viagem com crianças
A escolha do destino, deve ser consensual para todos os membros da família, segundo os seus gostos. Desta forma todos podem fazer uma atividade que gostam. Envolver as crianças na construção do roteiro, ajuda a que fiquem com uma noção do que se vai passar, com alguns conhecimentos sobre o local antecipadamente, aumenta a responsabilidade para com a organização da viagem, fazendo com que as crianças se sintam ouvidas, e o seu contributo importante para as férias.
Se for a primeira viagem que organiza com crianças, deve planear um ritmo mais lento do que normalmente faria a viajar com adultos. Não é possível fazer o mesmo número de atividades por dia. Devemos ser realistas neste ponto, para não criar expectativas falsas, e andar a correr de um lado para o outro apressados (já chega durante o resto do ano!). Também é boa ideia deixar uns dias para fazer nada, apenas descansar e brincar.
Nos dias que antecedem a viagem, juntamente com as crianças podemos explorar mapas, ler alguma história do local, ver a fauna e flora existente. Há vídeos no youtube sobre todo e qualquer lugar no Mundo. E até, tentar saber se há um restaurante da cozinha típica do destino, perto da nossa residência e levar os mini turistas a provar.
Viajar com bebés
Viajar com bebés é fácil, porque são bastante portáteis, mas a bagagem a levar é em maior quantidade. Isto acontece porque, os bebés requerem mais cuidados e nós como pais preferimos ir munidos das coisas que já conhecemos, dá-nos sensação de segurança e controlo. Assim temos tudo logo à mão.
É bom saber antecipadamente o processo de transporte dos carrinhos na companhia aérea escolhida: se o carrinho é entregue junto ao avião na chegada, ou no tapete com as malas, ou numa área de bagagem fora do formato normal. Em todos os websites das companhias aéreas há um separador apenas sobre transporte de crianças, não custa nada ler e ficar a par das regras e facilidades que dão.
Na escolha do alojamento, não esquecer de reservar um berço, caso usem.
Ter uma mochila/pano para levar o bebé, é uma ótima opção, pois permite ter as duas mãos livres e vigiar de perto o bebé. São boas para viajar, práticas, leves, seguras para os nossos filhos, e boa alternativa ao carrinho.
Ter um carrinho de passeio que faça uma cama (deite as costas) é essencial. Desta forma, não precisamos regressar ao alojamento para colocar o bebé a dormir, ou ter o bebé a dormir com uma péssima postura. Dependendo do lugar para onde vamos, a capa de chuva e saco-cama (ou uma mantinha) do carrinho, deve ir connosco.
Se precisamos esterilizar biberons, chuchas ou outros utensílios, e não estamos em um apartamento (ferver durante 5 minutos), o mais prático é levar sacos esterilizadores (precisa micro-ondas), ou um esterilizador portátil a vapor de ligar à corrente. Os saquinhos são pequenos e só dão para coisas pequenas: chuchas, mordedores, etc. Os esterilizadores portáteis, não são uma coisa de levar no bolso ou mochila. Achamos prático um detergente de esterilizar a frio, nem é necessário levar o frasco grande, podemos só colocar um frasco pequeno para os dias necessários.
Viagens de avião
Pode parecer a parte mais difícil da viagem, mas não é. Ser agradável para os passageiros vizinhos, pode logo ser bom caminho para nos facilitarem a vida, porque de facto pode haver choro, idas ao WC, alguma agitação no geral para entreter o bebé, etc.
Verificar as regras da bagagem de mão, e ficar a par do que podemos levar para as crianças.
Levar sempre uma ou duas doses individuais de soro. O ar dentro do avião é muito seco e as crianças sentem mais. É infalível para aliviar a irritação nasal, durante várias horas.
Levar um Plane Pal, Bedbox ou equivalente.
Viagens de autocarro ou comboio
Verificar sempre se existe tarifas familiares, ou lugares para famílias. Normalmente envolve descontos ou facilidades de lugares, embora possam ser nos horários fora da hora de ponta.
Levar sempre um lanche, pois a carruagem-bar pode ser longe do nosso lugar e andar a passar as carruagens com uma criança pequena pela mão ou ao colo, pode não ser seguro com os abanões do movimento. E a oferta não é variada, nem barata.
O Plane Pal ou Bedbox, é igualmente prático aqui.
Viagens de carro
Quando precisamos alugar um carro, é preciso saber se a rent-a-car tem cadeiras de transporte de criança disponíveis, o custo das mesmas e se a legislação do lugar obriga ao seu uso.
Se vamos usar vários carros diferentes: rent-a-car, táxi, carrinha de transfers, é talvez melhor usar uma cadeira universal e de fácil transporte, para que funcione com todo o tipo de cintos de segurança.
Para viagens longas no nosso próprio carro, é prático ter um espelho retrovisor de interior e um tablet carregado com desenhos animados, para combater o tédio. Basta prende-lo no banco da frente. Para as crianças que não enjoam nas viagens de carro, também se pode levar alguns livros e brinquedos para irem entretidos.
Segurança e saúde em viagem
Se o destino é um local muito mais quente que a zona de residência, escolha roupas de fibras naturais, pois o suor irrita a pele delicada das crianças, fica vermelha e cheia de borbulhinhas. É melhor levar mais mudas de roupa do que o normal, pois no carrinho ou ovinho, suam muito mais e é necessário mudar para que estejam confortáveis todo o tempo. Temos de ter em conta este aspecto, na hora de fazer a mala.
Quando os níveis de saneamento básico são menores no local escolhido para as férias, do que na nossa cidade, é fundamental apenas usar água engarrafada. Para beber e lavar os dentes. É importante ensinar às crianças pequenas, para não beberem a água durante o duche. Eles percebem rapidamente, mas é necessário relembrar a cada banho, porque é um hábito difícil de quebrar, olhamos para o lado e puff, lá estão a lamber a água que escorre na cara!
Devemos evitar entrar em stress com medo dos germes, mas mantermos sempre atentos ao que nos rodeia, evita problemas futuros e pode salvar-nos de estar 2 ou 3 dias presos ao hotel, fracos e doentes. Usar palhinhas sempre que disponíveis, evitar buffets, não beber bebidas com gelo, comer em restaurantes com mais clientes pois a comida tem saída mais rápida, usar desinfectante de mãos, toalhitas desifectantes para o WC, etc. Parece muitas coisas a ter em conta, mas é uma questão de hábito e não custa nada. Costumamos usar uma mini-bolsa com tudo lá dentro: desinfectante de mãos, toalhitas, lenços e palhinhas.
Fazer uma consulta do viajante só tem vantagens, quando o médico é realmente conhecedor de viagens. Juntar esta consulta e uma conversa com o pediatra, podemos fazer um kit de primeiros socorros, para o caso de ser necessário.
Lembrar: as crianças são mais propensas a desidratar, porque só bebem água quando têm sede. Somos nós que temos de lhes dar líquidos a beber com frequência. Um truque fácil é olhar à cor do xixi: quanto mais claro, mais hidratado.
Existe mosquitos? Quando existem mosquitos e viajamos com um bebé, ficamos cheios de dúvidas, pois a maioria dos repelentes eficazes não é recomendado antes dos 2 ou 3 anos. Há 2 truques bons: dar-lhes banho com sabonete de citronela, o cheiro é ótimo e os mosquitos não se aproximam. Ou, embeber uma bola de algodão com o nosso repelente, colocar num saquinho/bolsa e prender na manga, num local onde não alcancem com a boca.
Verificar se as portas e janelas trancam bem, no alojamento que reservamos. E se não há fichas eléctricas danificadas ao alcance dos pequenos exploradores.
Bons Passeios!